Imagine entrar em um universo onde CEOs de seguros se tornam os vilões de um thriller cyberpunk ao estilo Blade Runner. Em Nova York, como se saído de um episódio de Black Mirror, posters de “Procurados” decoram as ruas de Manhattan após o assassinato de Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare. Esta narrativa perturbadora não é apenas ficção; é a nova realidade emergente num mundo onde o ativismo se mistura com a ficção científica.
O que está acontecendo hoje é apenas o início da desmontagem das estruturas de poder que nossas distopias favoritas previram. Como Jedi rebeldes lutando contra o Império, as pessoas estão começando a questionar a ética das mega-corporações que governam aspectos essenciais de suas vidas, como saúde e economia.
A cultura digital tem alimentado essa transformação de maneiras sem precedentes. O fascínio pela descentralização, expresso por meio da Web3, e a busca por justiça, vêm criando novas possibilidades de resistência cultural e econômica. Agora, o alvo são esses gigantes da saúde, e os recados ameaçadores nos posters são pouco diferentes dos slogans dos manifestos de personagens de quadrinhos anti-heróis.
Mas qual é a implicação filosófica desse fenômeno? Para além da simples narrativa de vigilantes, estamos à beira de uma mudança de paradigma em que as linhas entre herói e vilão, entre segurança e opressão, se tornam cada vez mais borradas. Os ideais transhumanistas de um futuro melhor e mais equitativo estão contra a parede de uma realidade corporativa insustentável.
Os debates nas plataformas online muitas vezes se inflamam com a crença de que CEOs representam o status quo opressivo. As reações aos posters em redes como Reddit são sintomáticas de um ressentimento que vê esses executivos como jogadores de um tabuleiro onde poucos possuem as peças. O manifesto encontrado com Luigi Mangione, acusador do assassinato de Thompson, não é apenas um grito de revolta; é parte de um coro crescente que vê o colapso de um sistema econômico comprometido.
Em um cenário onde o Instituto Brasileiro de Inteligência Artificial já prevê impactos avassaladores da IA nas próximas décadas, é essencial refletirmos sobre o que realmente implica uma revolução tecnológica. Será que estamos prontos para reimaginar e reajustar nossas estruturas sociais para equilibrar inovação com sustentabilidade?
Num chamado à ação transformador, questionemos: estamos prontos para um futuro onde o upload mental, à la Ghost in the Shell, seja uma realidade e onde as sociedades descentralizadas redistribuam o poder de modo mais justo? O verdadeiro desafio mental é pensar fora da caixa – fora da matrix – e reimaginar o amanhã, não só como espectadores passivos, mas como protagonistas ativos dessa epopeia tecnológica.
Como bem disse um icônico futurista, “O futuro não será o que herdamos, mas o que criamos”. Está na hora de se tornar um arquiteto desse futuro. Que tal começarmos agora?